ESTUDO DO CUSTO ENERGÉTICO DA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO.

Caice G. Santos, Hugo P. Favery, Luis Sérgio W. Mühlen, Rafael A. das Meces

Resumo


Este trabalho buscou apresentar um panorama dos principais processos de produção, transporte e armazenamento de hidrogênio, com uma breve análise dos seus custos econômicos, energéticos e ambientais. No trabalho foi dada ênfase ao processo de gaseificação de biomassa, por ser um processo promissor e compatível com a economia brasileira. Para a realização deste trabalho foram feitas entrevistas com docentes do Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica (UNICAMP) e pesquisamos a bibliografia recomendada. Foi avaliado um estudo sobre eficiência no processo de gaseificação do bagaço de cana que mostra como esse processo é interessante para a produção de hidrogênio. São muitas as variáveis que influenciam na eficiência do processo e na razão de gases produzidos, sendo as principais a pressão usada, a quantidade de oxigênio injetada e a umidade do bagaço. Usando uma configuração de alta eficiência, mas não voltada para a produção de H2 têm-se a seguinte relação de porcentagem molar de gases na saída: 9,898 H2, 14,779 H2O, 38,100 N2, 14,476 CO, 14,791 CO2, 7,314 CH4, além de quantidades mínimas de hidrocarbonetos, amônia e H2S. Esse estudo diz também que, usando o bagaço mais úmido e usando menos oxigênio, a quantidade molar de H2 pode alcançar 12%. Alguns desses gases produzidos podem ser simplesmente eliminados na atmosfera, como a água, o N2 e o CO2, enquanto outros são aproveitáveis, como o H2, o CO e o CH4, que somam 31% da quantidade de mols. Importante lembrar que o CO2 seria absorvido pela cana durante seu crescimento. O presente estudo conclui que o preço do petróleo ainda está muito baixo para que qualquer investimento em combustíveis alternativos e pouco poluentes seja viável. Uma ressalva tem que ser feita ao considerar o preço do combustível a base de petróleo: o preço passado ao consumidor não envolve o custo ambiental gerado pela emissão de poluentes, principalmente monóxido de carbono. Talvez com o protocolo de Kyoto e a política de venda de cotas de gás carbônico, o preço ambiental torne-se mais evidente e o uso de combustíveis alternativos aproxime-se. Concluiu-se também neste trabalho que além de ser necessário investir em pesquisa, a implementação de uma rede de hidrogênio envolveria investimentos extremamente elevados com dutos e reservatórios. Acreditamos que o Brasil tem vantagem por possuir um grande potencial para criação do hidrogênio através da vaporização do bagaço de cana, método, esse, que poderá substituir o projeto álcool com vantagens, mas infelizmente estamos longe de poder investir pesado em uma tecnologia desse tipo.

Palavras-chave


Hidrogênio, biomassa, gaseificação, custo energético.

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